"Neste contexto, ainda achei mais triste a forma como o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu, indirectamente, os “camaradas” Chineses, ao declarar que «não se pode ter relações económicas, políticas e diplomáticas com certos países e depois procurar contrariar essa perspectiva justa do prestígio das instituições com uma visita de circunstância». Então um líder espiritual de um país, um prémio Nobel da paz, é uma visita de circunstância? A justificação é simples, a China é comunista e o PCP continua a tentar disfarçar o seu apoio a estes regimes ditatoriais. Se tal se passasse com os Estados Unidos, por exemplo, alguém tinha dúvidas da posição do PCP? Clarifiquem: ou são a favor ou são contra o que se passa nesses países.
No meu entender o comunismo português continua a tentar viver o passado e a defender políticas e países que de democráticos nada têm, antes pelo contrário. Por muito que custe a alguns admitir, a verdade é que não há memória dum país de inspiração comunista em que se possam elogiar as regras democráticas, o respeito pelos direitos humanos e a liberdade de expressão. Avivemos, um pouco, a memória dos mais distraídos.
Na já extinta União Soviética (berço do comunismo) a revolução Bolchevique, liderada por Vladimir Leninne, pretendeu libertar o povo do jugo dos Czares. Desde o início que os direitos humanos foram literalmente esquecidos. Nem sei se o povo não ficou pior com Lenine do que com o Czar. O seu sucessor, Josej Estaline, também aprendeu rapidamente a reprimir, a reeducar e a fazer desaparecer os cidadãos. Só à sua conta “desapareceram” milhões de cidadãos russos, entre poetas, cientistas, militares de alta patente, gestores de empresas e outros cidadãos que, por esta ou aquela razão, discordavam do regime comunista instituído.No meu entender o comunismo português continua a tentar viver o passado e a defender políticas e países que de democráticos nada têm, antes pelo contrário. Por muito que custe a alguns admitir, a verdade é que não há memória dum país de inspiração comunista em que se possam elogiar as regras democráticas, o respeito pelos direitos humanos e a liberdade de expressão. Avivemos, um pouco, a memória dos mais distraídos.
Na China é o que se vê. O Tibete já é deles e ninguém poder dizer o contrário. Os governantes chineses só deixam o poder quando morrem e, neste caso, a sucessão é quase dinástica. Eleições democráticas para quê? E o que dizer das velhas políticas de repressão, do controlo da população e da exploração dos trabalhadores, que são pagos a preços de miséria. Para quem diz que os países comunistas são o paraíso dos trabalhadores, onde andam os sindicatos “livres”, as leis laborais “decentes”, os horários de trabalho, os salários justos, etc? Bom, afinal todos nós gostamos de produtos bem baratos, não é.
Também em Cuba, terra do Fidel Castro, temos outro “eterno” porque, por lá, eleições também são “coisa esquisita”. Quando o “El comandante” se for, o poder passa para o irmão. Muito democrático, sem dúvida. E, claro, quem não anda na “linha” e não venera o ditador tem problemas certos com a polícia política, porque por lá coisas como “direitos humanos”, “liberdade de expressão”, “ordenados justos”, etc, também são expressões que não devem constar do dicionário.
Já a Coreia do Norte, terra do “querido líder” Kim Jong-il, é o último estado “estalinista” do mundo. Segundo as estatísticas, não oficiais (claro) mais de 8 milhões de pessoas, sofrem de subnutrição e não têm acesso aos mais elementares cuidados de saúde. Curiosamente, o estado gasta milhões em armamento. Quanto a direitos humanos, liberdade de expressão, etc, o que é isso?
Também a Venezuela, que parece estar a abraçar o colectivismo e a estatização, já caminha para posturas pouco democráticas. A segunda reforma constitucional que Hugo Chaves quer ver aprovada, já prevê que se acabe com o limite à reeleição presidencial, o que lhe permitirá ficar décadas no poder. Os estudantes já dizem, a medo, que «estão tentando implantar um socialismo autoritário, que tem muito pouco de socialismo e muito de autoritarismo». Isto vai.
Bom, como, felizmente, vivemos num país livre e democrático, que cada um pense o que entender, mas sejamos realistas.
Pires dos Reis"
(Regressar ao Viagra e Prozac)