Wednesday, October 29, 2008

UMA ESCOLA PARA OS CIGANOS, por Vitor Silva

Está complicada a coisa na Escola Básica de Santa Maria: alunos que insultam professores, alunos que agridem outros alunos, familiares de alunos que invadem a escola para agredir outros familiares de alunos.
Os professores, já em completo stress devido a uma avaliação imposta pelo Ministério da Educação e que parece consistir fundamentalmente em esgotar os docentes em intermináveis e burocráticas reuniões e em sessões de preenchimento de fichas surrealistas, os professores em stress, disseram basta. Demitiram-se o Conselho Directivo e os Coordenadores de Departamento e a escola ficou semiparalisada.
Agora promete-se o reforço das medidas de segurança, com a contratação até de uma empresa especializada e câmaras de videovigilância. Enfim, segurança, segurança e mais segurança.

Permito-me discordar.
Passo a explicar. Tanto quanto parece os problemas têm sido causados por indivíduos de etnia cigana, jovens e adultos. Logo, as medidas de segurança agora tomadas dirigem-se aos ciganos, mesmo que ninguém o confesse. Ora eu tenho para mim que isto não vai resolver nada. A solução deveria ser outra.
Os ciganos já conseguiram que a Câmara Municipal lhes desse casas. Então, pergunto eu, por que não lhes dar também uma escola feita ao seu gosto e medida? Desde logo tendo à sua frente um cigano. Se o presidente do Conselho Executivo fosse alguém chamado Lelo da Conceição de certeza que os ciganos se sentiriam muito mais felizes.
As regras de funcionamento da escola também teriam que ser alteradas. Os alunos de etnia cigana só iriam à escola quando quisessem ou quando os pais os obrigassem. Por sua vez os pais destes alunos teriam o direito de espancar os professores sempre que estes reprovassem os seus filhos ou simplesmente os repreendessem.
O currículo da escola também teria que ser alterado. As línguas, tais como o Português ou o Inglês seriam eliminadas, sendo obrigatório o Espanhol, para que os ciganitos compreendessem e cantassem melhor as canções flamengas.
Seriam introduzidas novas disciplinas, daquelas que fossem úteis aos ciganos quando atingirem a idade adulta, por exemplo: “Como guiar um veículo automóvel, sem ter carta e sem ser multado”, “Como vender roupa de marca falsificada, sem ser preso” ou “Como receber o rendimento social de inserção, ter casa de borla, ganhar dinheiro vendendo nas feiras e mercados, sem ter que pagar impostos”.
Por outro lado, os espaços verdes da escola deveriam ser aproveitados para lá se porem a pastar burros, mulas e cavalos.
Perguntar-se-á. E os outros alunos? Aqueles que não são de etnia cigana? Deveriam mudar de escola? Não senhor. Deveriam ser obrigados a ficar nessa escola. Para quê? Para que os alunos ciganos quando precisassem de exercitar os músculos o pudessem fazer batendo nos alunos não ciganos. Com certeza ninguém vai querer que os ciganitos se aleijassem andando à pancada uns com os outros.