"O que nunca ninguém diz, porventura com medo de parecer vaidoso, é que a inteligência tem um preço: a solidão" (Nuno Lobo Antunes) - Beja - Obscenidades - Misérias da vida privada
Tuesday, December 16, 2008
Sunday, December 14, 2008
Saturday, December 06, 2008
O pirilau do Pai Natal...
Regressar ao Viagra e Prozac
Monday, November 17, 2008
Wednesday, October 29, 2008
UMA ESCOLA PARA OS CIGANOS, por Vitor Silva
Os professores, já em completo stress devido a uma avaliação imposta pelo Ministério da Educação e que parece consistir fundamentalmente em esgotar os docentes em intermináveis e burocráticas reuniões e em sessões de preenchimento de fichas surrealistas, os professores em stress, disseram basta. Demitiram-se o Conselho Directivo e os Coordenadores de Departamento e a escola ficou semiparalisada.
Agora promete-se o reforço das medidas de segurança, com a contratação até de uma empresa especializada e câmaras de videovigilância. Enfim, segurança, segurança e mais segurança.
Permito-me discordar.
Passo a explicar. Tanto quanto parece os problemas têm sido causados por indivíduos de etnia cigana, jovens e adultos. Logo, as medidas de segurança agora tomadas dirigem-se aos ciganos, mesmo que ninguém o confesse. Ora eu tenho para mim que isto não vai resolver nada. A solução deveria ser outra.
Os ciganos já conseguiram que a Câmara Municipal lhes desse casas. Então, pergunto eu, por que não lhes dar também uma escola feita ao seu gosto e medida? Desde logo tendo à sua frente um cigano. Se o presidente do Conselho Executivo fosse alguém chamado Lelo da Conceição de certeza que os ciganos se sentiriam muito mais felizes.
As regras de funcionamento da escola também teriam que ser alteradas. Os alunos de etnia cigana só iriam à escola quando quisessem ou quando os pais os obrigassem. Por sua vez os pais destes alunos teriam o direito de espancar os professores sempre que estes reprovassem os seus filhos ou simplesmente os repreendessem.
O currículo da escola também teria que ser alterado. As línguas, tais como o Português ou o Inglês seriam eliminadas, sendo obrigatório o Espanhol, para que os ciganitos compreendessem e cantassem melhor as canções flamengas.
Seriam introduzidas novas disciplinas, daquelas que fossem úteis aos ciganos quando atingirem a idade adulta, por exemplo: “Como guiar um veículo automóvel, sem ter carta e sem ser multado”, “Como vender roupa de marca falsificada, sem ser preso” ou “Como receber o rendimento social de inserção, ter casa de borla, ganhar dinheiro vendendo nas feiras e mercados, sem ter que pagar impostos”.
Por outro lado, os espaços verdes da escola deveriam ser aproveitados para lá se porem a pastar burros, mulas e cavalos.
Perguntar-se-á. E os outros alunos? Aqueles que não são de etnia cigana? Deveriam mudar de escola? Não senhor. Deveriam ser obrigados a ficar nessa escola. Para quê? Para que os alunos ciganos quando precisassem de exercitar os músculos o pudessem fazer batendo nos alunos não ciganos. Com certeza ninguém vai querer que os ciganitos se aleijassem andando à pancada uns com os outros.
Thursday, September 25, 2008
Aeroporto de Beja
As férias são sempre um excelente momento de contemplação, uma oportunidade irrepetível para nos perdermos nas coisas que nos rodeiam: nestes dias olho os céus da minha cidade, pela claridade dos dias quentes de verão, quando a lua imensa traz luz à madrugada e, por mais que queira, tente e sonhe, não consigo ver … aviões.
Se as promessas governamentais fossem algo mais do que palavras vãs, este seria o mês em que o Aeroporto de Beja descolava de um longo projecto, desenhado durante anos num papel, um sonho sucessivamente adiado, não faltando aqueles que, tal como em Alqueva, desejam escrever no chão um “construam-me porra” que abale a consciência pesada de um poder central que insiste em ver o Alentejo como um empecilho nas viagens estivais para o Algarve.
Apesar de uma década de atraso, as obras, cuja necessidade sempre foi duvidosa, continuam num ritmo pacato, sendo que um extremo optimismo pode levar-nos a acreditar que daqui a nove meses se concluirá o parto das obras!
Mas, a mais cruel das perguntas impõe-se: se a metáfora me é permitida, lanço a questão: para que vai servir este bebe?
A força área alemã presenteou-nos com umas instalações excepcionais, uma pista com condições únicas, numa região que oferece um clima quase perfeito para a aviação. Com a seguida dos germânicos a Força Aérea apropriou-se do espaço, utilizando-o para actividades que devem ser interessantíssimas e muito estimulantes mas, que muito pouco ofereceram à cidade. Sublinho-o, porque me parecem inquietantes as recentes noticias do interesse americano nesta base, que poderia oferecer-nos mais de coisa nenhuma.
Estou absolutamente convicto que o Aeroporto Civil de Beja é a resposta para o marasmo económico da nossa cidade e que do seu sucesso depende a sustentabilidade desta região. Mas, o que se pretende com o Aeroporto? Que estranhas razões explicam que a cidade ignore em absoluto o que vai acontecer após a conclusão das obras que, repito, têm uma duvidosa necessidade.
Procurando analisar a situação actual fico na duvida se estamos perante um ligeiro problema ou uma imensa tragédia!
Problema de somenos importância será existir um singelo problema de comunicação, ou seja, a EDAB ter sido pouco hábil para informar a região sobre o que tem para oferecer no próximo ano; se for este o caso é algo que rapidamente se resolve e deixa aberta a janela da esperança.
Trágica, seria outra circunstância, a possibilidade que nos recusamos a acreditar, a saber, que nas vésperas da abertura ainda não estejam resolvidas um conjunto de questões determinantes para o sucesso do Aeroporto.
Desde logo, quem vai gerir o aeroporto civil? O projecto está vocacionado para transporte de mercadorias ou de passageiros? Já existem acordos significativos com empresas interessadas em voar para Beja? Crucial é saber o valor das taxas, se o preço vai ter por base os valores usuais em Portugal ou se vamos apostar numa taxa claramente inferior, para contrariar a interioridade do projecto?
Finalmente e quiçá a mais pertinente das questões, é inferir como será o acordo com os militares: a primazia do espaço aéreo será para a aviação civil ou para a aviação militar? Dito de outra forma, quem tem a ultima palavra sobre as horas e os dias em que os aviões civis podem aterrar no Aeroporto de Beja?
Continuo convicto da importância para a cidade, região e País do Aeroporto de Beja: mas temo que as obras atrasadas sejam o único significativo avanço neste projecto: agora, mais que nunca, é crucial ouvir a EDAB, porque importa acabar com as duvidas e começarem a surgir as respostas!
(Crónica Radio Pax)
Tuesday, July 15, 2008
porque há comments que merecem ser post...
Onde está a sua capacidade prospectiva de análise económica e financeira? Nada. Zero. Por tudo isto e muito mais que havia para dizer, lhe digo que o seu pensamento político e económico, o seu modelo de sociedade, estão obsoletos. Isto sem qualquer sentido ofensivo, mas tão só uma constatação dos factos. Poderá dizer-me :E qual é a solução? Pois bem, não sou habilitado para apontar soluções, no entanto, acho que temos que partir de uma certeza: Este modelo de desenvolvimento capitalista está esgotado. Tão esgotado como estava o modelo soviético. O muro de Berlim do capitalismo irá cair. Só que a besta nos seus últimos estertores vai fazer muita merda...
Ok, temos é que definir o conceito de capitalismo. Parafraseando um célebre escritor norte americano, "do que é que falamos quando falamos de amor". Como sabe, o capitalismo nasceu com a burguesia no ocaso da idade média e, através dos tempos foi-se adaptando Ás circunstâncias. Se o homem é ele e as suas circunstâncias, o capitalismo também o é. Por isso, tivemos várias fases do capitalismo até chegarmos áquela que caracteriza o nosso tempo: global, financeiro, predador, inimigo da humanidade.Tudo isto é passível de explicação, mas não vou entrar por aí, pois seria maçador.Isto para dizer que o capitalismo soube sempre adaptar-se aos tempos.E, curiosamente, o capitalismo que chegou ao século XX tinha muito das ideias do mundo do trabalho e, por que não dizê-lo, do pensamento socialista e marxista. Os capitalistas inteligentes sempre usaram o marxismo para se movimentarem no sistema. Nas últimas duas décadas o sistema foi levado a um estado supremo de irracionalidade.Principalmente a partir da queda do Muro de Berlim. Senão vejamos: muitas das benesses que o capital deu aos trabalhadores foram motivadas pelo medo do papão comunista.As mais variadas regalias sociais foram cedências dos capitalistas para controlar o que se passava a leste e os ventos que poderiam varrer o sistema a ocidente.Nunca eles deram nada de mão beijada.E veja-se como os países mais a norte, perto das fronteiras da ex união soviética, foram aqueles onde os ganhos civilizacionais e sociais mais cedo se verificaram.Ironia da vida, o melhor do regime soviético não foi para os povos da cortina de ferro mas sim para os do ocidente. Quando o Muro caiu, o nosso futuro começou a andar para trás.Tudo isto para dizer que enquanto a sociedade não está preparada para outro sistema,teremos que escolher entre os diferentes tipos de capitalismo.E, como é apanágio dele, o cardápio é vasto e diversificado.Por isso, meu caro"h", entre o capitalismo da Suécia ou da dinamarca ou da finlandia e o dos EUA ou dos restantes países da UE, há um leque de escolhas.Qualquer que ela seja, será sempre um mal menor. O que não invalida que sejamos inteligentes na escolha.
Acerca da liberdade de escolha, isso até parece uma coisa que á partida nos pode atrair.Mas não esqueça que, a partir do momento em que o capitalismo liberal transformou as pessoas em consumidores, eu você, todos nós, só não consumimos aquilo que eles não querem. A perversidade do sistema é maquiavélica.Não esqueça !!!
"h", não se trata de uma questão de interpretes, trata-se da própria lógica do sistema que assume as formas que os tempos lhe permitem, sempre numa lógica de transformação das pessoas em consumidores.E neste momento, assistimos á emergência do capitalismo selvagem e global.Veja-se o que se passa com os jovens um pouco por quase todo o mundo.Qual a garantia de trabalho? Dizem os doutos economistas do sistema que emprego para a vida inteira já acabou. Pois bem, então nunca mais os jovens podem constituir familia, ter filhos, casa com o minimo de segurança.É justo? Paralelamente, assistimos ao surgimento de colossais fortunas derivadas das mais variadas formas de especulação, deste a financeira até á energética, terminando recentemente na imobiliária e na alimentar. Quando, como nos diz o Alvitrando, o banco federal dos EUA se vê, indo contra toda a lógica neo-liberal, na necessidade de intervir em 2 bancos para evitar a sua falência...penso que está tudo dito acerca da falência do sistema. Porque não se pode ser liberal á segunda quarta e sexta e intervencionista e estatal nos restantes dias da semana...
Ainda acerca da liberdade de expressão dos jornais locais, há muitas formas de exercer a censura. Desde a forma bruta e irracional até sofisticadas maneiras que, se um dia quiser, eu lhe conto em particular para assim saber melhor do que falo. Y
Sabe uma coisa, tal como nos diz o velho e sempre actual Marx, todos os sistemas trazem dentro de si os gérmenes da sua própria destruição. Tal com os do modelo soviético estavam á vista de todos e acabaram por levar á derrocada daquilo que parecia seguro para toda a vida, assim os gérmenes do capitalismo estão aí para quem quiser e souber vê-los. Antigamente, ouvia dizer aos mais velhos:"Isto ainda vai treminar numa guerra". Ouvia isto e ria-me, aquele riso dos jovens que , na sua inocência têm uma confiança desmedida no futuro.Hoje, talvez porque esteja velho, ou os sinais estão aí para quem quiser ver e reparar, cada vez está mais claro que isso irá acontecer,ainda nos nossos dias.A sustentabilidade das democracias neste sistema capitalista neo-liberal esboroa-se num abrir e fechar de olhos.Cuidado com a CHina, muito cuidado...Y
Thursday, July 10, 2008
Friday, April 04, 2008
Não ser saudável...
Deste paradoxo resulta – e isto é uma opinião, não um facto – o pior de dois mundos! Continuamos a ter um tecido empresarial esfarrapado, que vive dependente das obras públicas e dos favores privados, quase sempre temeroso em enfrentar o statos quo; por outro lado, na ausência de um verdadeiro debate ideológico em Portugal, dois partidos siameses repartem o poder, sendo que, se há uns anos apenas se distinguiam à lupa, por estes dias nem com recurso a microscópios descortinamos diferenças no pensamento político!
Em contradita ao que fica escrito, poderia aludir-se à questão do aborto, a famosa causa fracturante que faziam a destrinça entre a esquerda e alguma direita; parece-me um exemplo infeliz! A luta contra o aborto foi a causa de um certa direita, arreigada à religião, mais beata que crente, usada pela esquerda mais à esquerda como arma de arremesso vingativa contra o papel da Igreja no Estado Novo e na infância da democracia!
Estes já longos preliminares servem o intuito de contextualizar o fascismo higiénico que caracteriza os nossos dias, com inaceitáveis constrangimentos para os direitos do cidadão, bem como para as pequenas economias regionais!
Vivemos um momento histórico em que exige que as mulheres sejam profissionais competentes, mães extremosas, fadas no seu lar e amantes sensuais, elegantes e esbeltas, em que o homem não apenas tem de ser um pai afectuoso, como um profissional de sucesso, partilhar as tarefas do lar e conseguir tempo para ser metrossexual e fazer desporto - sem vícios, obviamente -, procurando impor-se ao cidadão, pelo contexto social e pela lei, a obrigatoriedade de ser saudável!
O respeito pelos direitos individuais, os direitos civis excepcionalmente doutrinados pelo Direito Americano, não se coaduna com um Estado Paizinho, que utiliza a sua manu militari para impor estilos de vida, coarctando um direito fundamental do cidadão: o direito de não ser saudável! Não nego a necessidade de se promover a saúde, de na escola se integrarem conteúdos que visem mentalizar para um estilo de vida salutar! Mas, sou acérrimo defensor, de que o Estado é ilegítimo para impor estes comportamentos! Exige-se que a consagração do meu direito de beber e fumar livremente (sempre que não conduza ou ofenda os outros com o meu fumo), fazer abomináveis piercings ou inestéticas tatuagens, dirigir-me a uma mal tasca mal lavada e comer o que me aprouver, sem pudor de usar colher de pau, comer os verdadeiros enchidos, queijos e presuntos, deliciar-me com os mais tradicionais doces, sem passar pelo crivo pidesco de uma ASAE que quer impor a cada café de bairro as normas de higiene e segurança das grandes cadeias hoteleiras ou dos monstros do fast food!
Numa sociedade que se deseja livre, o Estado deve abster-se de regular comportamentos individuais, aceitando o livre arbítrio do individuo, o solene direito a fazer as tolices que lhe aprouver, desde que a sua conduta não interfira com os legítimos direitos dos outros!
descida de 1% no IVA! O tempo dirá, se acertei ou falhei, quando prognostiquei que este seria um bom ano para a cidade!
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